domingo, 27 de janeiro de 2008

Sismo sentido na ilha Terceira (27.01.2008)

O Sistema de Vigilância Sismovulcânica dos Açores registou um sismo às 12:52 (hora local; 13:52 UTC) com epicentro no mar, a cerca de 27 km a ESE da Vila de São Sebastião, na Terceira. O evento foi sentido com intensidade máxima de IV (Escala de Mercalli Modificada), na ilha Terceira, em S. Sebastião e Porto Martins. Foi ainda sentido com intensidade III/IV no Porto Judeu, III na Silveira e II/III em Angra do Heroísmo.

Recorde-se que já no início de Janeiro havia sido sentido um outro evento na Terceira com epicentro a cerca de 40 km a leste da ilha.

Fonte: Blog Desambientado - ver post original.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Podemos prever um Tsunami?

CICLO DE CONFERÊNCIAS: NA FRONTEIRA DA CIÊNCIA

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN

A ciência dedica-se ao estudo dos fenómenos da natureza e das suas interacções. Sendo o universo infinito, o processo de o apreendermos, acompanhando o progresso da ciência, não pode parar nem retroceder. A fronteira pula e avança.

Mas a ciência é também um poderoso veículo da cultura das sociedades contemporâneas e do exercício da cidadania. Por este motivo, torna-se necessário que cada vez se faça mais investigação e em melhores condições. O conhecimento científico está na base do espírito crítico, da atitude participativa, da verificação sistemática das condições do funcionamento da realidade de todos os dias.

A democracia é o único regime político que permite questionar livremente a relação da ciência com a sociedade. Ciência e democracia estão, pois, indissoluvelmente ligadas. Importa assim que todos compreendam os desafios e as perspectivas novas que decorrem das actividades na fronteira da ciência. Essas percepções são um poderoso indicador das oportunidades bem como das dificuldades com que se depara a nossa sociedade.

A leitura que fazemos do presente com vista ao futuro é a utopia que se tornará realidade no intervalo de uma geração. Torna-se assim tão importante falar sobre a ciência como fazer investigação na sua fronteira. É este encontro entre a ciência e os cidadãos que é fundamental promover. Para que as suas implicações sejam claras para todos – e para que o gosto pela aventura e pela descoberta perdure como aspiração colectiva.


PODEMOS PREVER UM TSUNAMI?
por Ana Vieira Batista
ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

30 de Janeiro de 2008, 18.00 horas, Auditório 2

O tsunami gerado pelo sismo de 1 de Novembro de 1755 foi o maior desastre natural verificado em Portugal. O sismo ocorreu cerca das 09.30, hora de Lisboa, tendo sido sentido um pouco por toda a Europa. O tsunami foi observado no Atlântico Norte, desde as Ilhas Barbados até à Escócia; no entanto as ondas mais destrutivas ocorreram em Portugal Continental, Espanha (Golfo de Cádiz) e no Norte de Marrocos. As dimensões catastróficas deste evento deram origem a uma onda de solidariedade e de consternação a nível global.

Passados cerca de duzentos e cinquenta anos, no início do século XXI, a Humanidade assiste quase em directo, pela televisão, ao desenrolar de duas catástrofes naturais de grandes dimensões: o tsunami de Sumatra e o furacão Katrina. O que tiveram em comum estas duas catástrofes? Ambas são fenómenos altamente energéticos e com um elevado poder devastador; por outro lado, verificou-se a incapacidade de ser prestado auxílio às populações em fuga e a enorme vulnerabilidade dos locais atingidos, quer se trate de um dos países mais ricos do mundo ou do litoral mais pobre do oceano Índico.

Os tsunamis têm um potencial destrutivo enorme, sendo gerados por grandes sismos, por gigantescos deslizamentos de terrenos ou grandes explosões vulcânicas. Os furacões são gerados pela evolução de tempestades tropicais, em regiões onde a temperatura da água do mar à superfície é elevada. Se bem que envolvendo escalas temporais distintas, ambos são fenómenos globais no que diz respeito ao impacto social e económico.

Quatro anos passados sobre o grande tsunami de Sumatra em que ponto nos encontramos? Quais os avanços científicos nesta área? Qual a resposta dos países e das organizações mundiais a futuros fenómenos semelhantes a um grande tsunami?

O que foi feito em Portugal? Às 22.14 horas do dia 25 de Agosto de 2007 foi colocado o primeiro observatório submarino integrado na rede de alerta precoce de tsunamis em instalação no Golfo de Cádiz. Este acontecimento é parte de um conjunto de projectos que visa dotar as populações da área do Golfo de Cádiz de um sistema integrado de alerta precoce.

Programa da RTP 1 "AB CIÊNCIA"

A RTP pretende aproximar a Ciência do cidadão comum.

O “AB CIÊNCIA” pretende provar que a Ciência também é divertida e é destinado a toda a família.

Experiências realizadas em estúdio, rubricas diversas, entre as quais “A cozinha é um laboratório”, são alguns dos ingredientes do programa “AB CIÊNCIA”.

A apresentação está a cargo de Carlota Crespo, um novo rosto da RTP e do cientista Leonel Silva.


Horário do próximo programa

RTP 1 - Domingo 27 de Janeiro - 12.00 horas
RTP Internacional - Terça 22 de Janeiro - 21.30 horas
RTP N - Quarta 23 de Janeiro - 11.30 horas
RTP 2 - Sábado 26 de Janeiro - 19.00 horas

Cria a tua Constelação...!

Concurso “Descobre o teu céu”
Museus da Ciência desafiam alunos a criar constelações de estrelas
17.01.2008 - 17h18


Os alunos do ensino básico serão desafiados, ao longo deste ano, a criar constelações de estrelas, no âmbito do concurso “Descobre o teu céu”, promovido pelos museus da Ciência da Universidade de Coimbra e de Lisboa.

A iniciativa, que conta ainda com a Critical Software na promoção, insere-se no âmbito do programa de Celebração do Ano Internacional da Astronomia, assinalado em 2009.

Para “cultivar o gosto dos mais novos pela Astronomia”, a organização do concurso propõe “aos alunos de todas as escolas realizarem, a partir de quatro mapas, um desenho de novas constelações e uma narrativa”.

“A partir das estrelas de certas partes do céu que foram seleccionadas, inspirados na observação do céu real e/ou do céu de um planetário, ou simplesmente a partir de uma representação das estrelas numa imagem, pretende-se que os alunos construam novas constelações e desenvolvam histórias a elas associadas”, revela a organização.

As inscrições estão abertas até 30 de Novembro de 2008, e os trabalhos aceites até 21 de Dezembro de 2008.

O júri irá escolher os melhores trabalhos de cada escalão, que serão reunidos num livro a publicar em 2009. A obra será distribuída por todos os Agrupamentos de Escolas do país.

Os resultados do concurso, no qual podem participar equipas de cinco a 20 alunos e acompanhados por um professor, serão anunciados a 21 de Março de 2009.

O PÚBLICO.PT associa-se a esta iniciativa através da divulgação na sua página principal de um link para os regulamentos e página web do concurso, a ser disponibilizado nos momentos-chave do concurso: lançamento do concurso, apresentação dos resultados, divulgação da lista dos premiados.

in Público - ler notícia (via Blog AstroLeiria)



NOTA: O regulamento do concurso e os mapas do céu a considerar pelos concorrentes encontram-se disponíveis em:
http://www.museudaciencia.pt/

domingo, 13 de janeiro de 2008

Torneio de Abertura - um filme não editado

Um filme do Torneio, não editado:


sábado, 12 de janeiro de 2008

Torneio de Abertura - algumas fotos







Torneio de Abertura de Xadrez 2007

Decorreu no dia 13.12.2007 (5ª-feira), das 14.00 às 17.30 horas, na Sala de Estudo da Escola Correia Mateus. Eis os resultados e classificação deste Torneio, em que participou o Alexandre Josué da nossa turma, com um honroso 9º lugar.

Para saber mais, clicar nos links:






Mais tarde iremos colocar mais algumas fotos e um filme do Torneio...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Sismo a SW do Cabo de S. Vicente

Ocorreu esta noite (00.21 horas de 11.01.2008, hora de Portugal continental) um sismo que foi sentido pela população do Algarve (e ainda em certas zonas do Alentejo e em partes de Espanha). De acordo com o Instituto de Meteorologia (de Portugal) teve magnitude 4,7 e intensidade IV/V máxima (em Portimão). Já o Instituto Geográfico Nacional (de Espanha) atribui o valor de 4,7 à magnitude e a U. S. Geological Survey - USGS - dá-lhe um valor de 4,3.

Mapas do epicentro das instituições atrás referidas:



segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

XIII Olimpíadas do Ambiente


Apresentação

As XIII Olimpíadas do Ambiente (OA) são um concurso de problemas e questões dirigido aos alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade do ensino diurno e nocturno de escolas públicas, privadas ou do ensino cooperativo no território nacional, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Esta iniciativa é coordenada por uma equipa multidisciplinar composta por elementos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e do Zoomarine - Mundo Aquático SA. Este ano conta com a colaboração da Câmara Municipal de Seia na organização da Final Nacional.

Objectivos fundamentais
  • incentivar o interesse pela temática ambiental;
  • aprofundar o conhecimento sobre a situação ambiental portuguesa e mundial;
  • estimular a capacidade oral e escrita;
  • promover o contacto com situações experimentais concretas;
  • desenvolver o espírito e curiosidade científica;
  • estimular a dinâmica de grupo e espírito de equipa, assim como a cooperação.

Áreas temáticas
  • conservação da Natureza;
  • recursos naturais;
  • poluição;
  • estilos de vida;
  • ameaças globais;
  • política ambiental;
  • realidade portuguesa.

Categorias
  • do 7º ao 9º ano de escolaridade - Categoria A
  • do 10º ao 12º ano de escolaridade - Categoria B

Todos os alunos inscritos nos anos escolares abrangidos são convidados a participar nas OA, através da sua escola, e nenhum pode ser discriminado com base na idade, sexo, crenças religiosas, deficiências intelectuais ou motoras, competências específicas ou área de ensino. Qualquer estabelecimento de ensino oficial ou particular do 7º ao 12º ano de escolaridade que não tenha sido directamente convidado a participar pode igualmente concorrer, desde que proceda à respectiva inscrição.

Fases
1ª eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento. São apurados para a segunda eliminatória os melhores alunos a nível nacional e também os melhores por escola.

2ª eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e duas perguntas de desenvolvimento. Esta eliminatória decorrerá nas escolas com alunos seleccionados. Para a Final Nacional, são apurados os melhores a nível nacional e os melhores por distrito/ilha.
Final nacional - Ao longo de um fim-de-semana, os finalistas realizarão um teste escrito com questões de escolha múltipla, uma prova oral em grupo, participarão num conjunto de actividades práticas (feira de experiências laboratoriais e descoberta de uma zona protegida) e um colóquio/debate na sessão solene de entrega de prémios.


Mais informações em:

www.esb.ucp.pt/olimpiadas

sábado, 5 de janeiro de 2008

O Menino do Lapedo e seu Centro de Interpretação

Descoberta
Menino do Lapedo fez mudar a História
2008-01-05

Tinha os olhos grandes e expressivos, o rosto arredondado e o cabelo liso e comprido. Era assim o Menino do Lapedo, de quatro anos e meio de idade, cujo esqueleto foi descoberto no Vale do Lapedo, em Leiria, e desencadeou uma acesa discussão científica sobre a evolução da espécie humana.

A reconstituição facial foi feita por um especialista em efeitos especiais de Hollywood e estará em exposição, a partir de hoje, no Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho, em Santa Eufémia, concelho de Leiria.

Com a abertura deste núcleo museológico, a Câmara de Leiria pretende lançar os alicerces para um projecto mais ambicioso: “Transformar o Vale do Lapedo num parque natural e criar um centro de investigação arqueológica para aprofundar os estudos sobre o Paleolítico Superior em Portugal”, refere o vereador Vítor Lourenço.

A importante descoberta aconteceu em Novembro de 1998 e, desde então, tem despertado o interesse dos mais conceituados arqueólogos e antropólogos mundiais. A sepultura paleolítica é a única encontrada na Península Ibérica e o esqueleto, com 24 500 anos, era também o único – à data das escavações – achado na Europa.

Se estas características eram já relevantes para os cientistas, o facto de se estar perante uma criança mestiça catapultou o assunto para o centro de um intenso debate sobre a evolução do Homem.

Até à descoberta do Menino do Lapedo, já havia antropólogos a defender a existência de hibridismo entre o homem de Neandertal (Homo Neanderthalensis) e o homem Moderno (Homo Sapiens).

Os dois grupos coexistiram milhares de anos no espaço e no tempo, mas os investigadores nunca chegaram a consenso sobre a ligação entre ambos. Uma corrente defende que os neandertais desapareceram sem se cruzar com os humanos modernos e sem deixar descendência. A outra é da opinião que as duas espécies se cruzaram e procriaram. A descoberta do esqueleto do Menino do Lapedo veio dar razão a esta última tese, a da miscigenação.

Para o norte-americano Erik Trinkaus, considerado um dos melhores especialistas da área da biologia e evolução Neandertal, os vestígios não deixam dúvidas. O menino tinha as pernas curtas, como os neandertais e as ancas estreitas como os homens modernos. E possuía queixo, uma característica do homem moderno inexistente nos neandertais. Os ossos acima dos olhos e das maçãs do rosto também são idênticos aos do homem de Neandertal. Enquanto o tórax, os braços e grande parte do crânio revelam semelhanças com os homens modernos.

Apesar destes dados, revelados após anos de estudo e exames aos restos mortais do Menino do Lapedo, há antropólogos que continuam a não aceitar a teoria da miscigenação. Mas Erik Trinkaus é pragmático na abordagem ao tema. “A questão já não é saber se houve mistura, mas em que grau ela ocorreu”, afirma o antropólogo da Universidade de Washington (EUA).

João Zilhão, que era director do Instituto Português de Arqueologia em 1998 , tem a mesma opinião. “Já foi provado que espécies próximas, como chimpanzés e bonobos ou mesmo espécies de babuínos que pertencem a géneros diferentes podem acasalar e produzir descendentes férteis”, frisa o arqueólogo, agora docente na Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Segundo os dois especialistas, o esqueleto encontrado no Vale do Lapedo explica com clareza uma parte da História da humanidade. Ao deixarem a África para colonizar a Europa, os humanos modernos não exterminaram os antigos habitantes do continente, como anteriormente se pensava, mas misturaram-se com eles.

E é esta página do passado que se pretende dar a conhecer melhor, no Centro de Interpretação do Lagar Velho. Além do rosto, criado com base em técnicas forenses por Brian Pierson – um especialista em efeitos especiais que trabalhou em filmes como o ‘Titanic’ ou ‘Alien’ – será possível ver uma réplica do esqueleto, vários artefactos e a reconstituição dos abrigos pré-históricos.

RECONSTITUIÇÃO FEITA COM BARRO

A reconstituição do rosto do Menino do Lapedo começou com a reconstrução do crânio através da técnica de prototipagem rápida. Seguiu-se o preenchimento da parte muscular com barro e a moldagem do rosto, também em barro. A partir deste molde foi criado o modelo final, em silicone, para ficar mais parecido com a pele humana.

NÚCLEO MOSTRA VIDA HÁ MAIS DE 20 MIL ANOS

O núcleo museológico do Abrigo do Lagar Velho, que hoje abre ao público em Santa Eufémia, Leiria, visa dar a conhecer os resultados dos trabalhos arqueológicos no Vale do Lapedo e a sua contextualização na evolução anatómica do Homem.

O Centro de Interpretação é composto por dois módulos pré-fabricados, está instalado num terreno cedido por um particular (Adriano Faria Gaio) e dá acesso a um pequeno percurso pedestre que permite a observação do vale.

Num dos módulos, foi criada uma linha cronológica dos vestígios e afixado um conjunto de imagens sobre os aspectos naturais do Lapedo. Através destes elementos, é possível compreender algumas das características da vida do abrigo e recuar entre 20 a 30 mil anos para ficar a conhecer as diversas fases da pré-história já detectadas.

No segundo espaço estará uma réplica da sepultura do Menino do Lapedo, com um esqueleto feito através de impressão tridimensional pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (ESTG). É aqui que será exposto também o rosto do menino, criado por Brian Pierson, o artista de efeitos especiais que trabalhou mais de dez anos em Hollywood e se especializou em reconstituições com técnicas forenses.

Os painéis informativos centrar-se-ão na explicação do ritual fúnebre e nas características do esqueleto que impulsionaram a tese da miscigenação.

ESTUDANTE FEZ A DESCOBERTA

A descoberta do Menino do Lapedo mudou por completo a vida de Pedro Ferreira. O jovem efectuava uma prospecção para o trabalho final da licenciatura em História do Património, em Outubro de 1998, e encontrou um abrigo com pinturas da Pré-história recente. Entusiasmado, informou o professor da Universidade de Évora, mas este não lhe deu crédito: “Achou que as pinturas não eram reais”.

Pedro Ferreira recusou cruzar os braços e contactou com técnicos do Instituto Português de Arqueologia (IPA), um organismo agora integrado no Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar). Os arqueólogos confirmaram a autenticidade das pinturas (com 2500 a 4500 anos), fizeram uma incursão ao lado oposto do vale e descobriram mais vestígios de ocupação Pré-histórica.

Uma máquina retroescavadora tinha estado a movimentar terras, deixando a descoberto um osso humano, de criança, com indícios de ritual funerário. Logo que teve o primeiro contacto com o achado, o arqueólogo João Zilhão percebeu de imediato que estava perante uma das mais importantes descobertas paleontológicas. Em duas semanas, mobilizou a sua equipa e accionou uma escavação de emergência. Pedro Ferreira foi convidado a participar nos trabalhos de registo e levantamento. E nunca mais se desligou do processo.

Acabou o curso, ingressou na Câmara Municipal de Leiria como Técnico Superior de Património, e foi o responsável pelo projecto museológico do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho.

Alcançado o desejo de dar a conhecer ao público a importância arqueológica do Vale do Lapedo, Pedro Ferreira, agora com 33 anos, acalenta outro sonho: “Ver o local classificado como monumento nacional”.

in Correio da Manhã - ler a notícia completa aqui



Centro de Interpretação do Lapedo abre dia 5 de Janeiro

O Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho – Lapedo, localizado na freguesia de Santa Eufémia, vai ser inaugurado no dia 5 de Janeiro de 2008. O respectivo programa foi apresentado na reunião de Câmara de 11 de Dezembro pelo Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Leiria, Vítor Lourenço.
O programa tem início pelas 10H30, com uma visita guiada ao Vale do Lapedo, seguida da cerimónia formal de inauguração do Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho, pelas 12H00. Às 15H00, decorrerá uma sessão de conferências, aberta ao público no auditório 01 da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria (ESTG/IPL), com a presença dos investigadores Erik Trinkaus, antropólogo da Universidade de Washington (Saint Louis – EUA), Brian Pierson, antropólogo da Universidade de Tulane (New Orleans – EUA), João Zilhão, arqueólogo em exercício na Universidade de Bristol (Reino Unido), Francisco Almeida, arqueólogo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) para além de Paulo Bártolo, em representação da ESTG/IPL.
Erik Trinkaus é considerado por muitos como sendo o maior estudioso mundial da área da biologia e evolução Neandertal e ainda especializado em paleontologia humana, arqueologia paleolítica, anatomia funcional e biologia do esqueleto.
Brian Pierson, para além da sua actividade académica, é especialista em reconstituições faciais forenses, tendo estado ainda ligado à criação de efeitos especiais de filmes como “Titanic”, “Alien - o regresso” ou “Star Trek: insurreição”. Participou na reconstituição da cabeça do menino do Lapedo.
João Zilhão é doutorado em arqueologia pré-histórica pela Universidade de Lisboa. Em Janeiro de 1996 foi designado responsável pelo projecto de criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Actualmente é professor na Universidade de Bristol.
O arqueólogo do IGESPAR, Francisco Almeida, tem participado como comissário científico na criação do Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho.

Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho
O projecto museológico do Abrigo do Lagar Velho tem como objectivo, através de uma exposição organizada em dois módulos, dar a conhecer ao público os resultados dos trabalhos arqueológicos realizados neste sítio arqueológico e a sua contextualização nas últimas alterações da evolução anatómica do homem.
O espaço intervencionado é composto por módulos pré-fabricados, amovíveis, instalados num terreno cedido ao Município de Leiria por um particular: Adriano de Faria Gaio. Por se tratar de uma área junto ao topo da vertente com um desnível de cota de cerca de 80 metros, está prevista uma zona de observação, que permitirá um bom enquadramento visual sobre o Vale.
O projecto museológico engloba a criação de dois espaços de interpretação distintos, um em cada módulo. O Módulo 1 contempla a recepção e o espaço expositivo dedicado à vida no Paleolítico Superior.
A visita inicia-se com um texto de apresentação do projecto, seguindo-se um espaço para a interpretação cronológica dos vestígios afectos ao conteúdo da exposição e algumas imagens de aspectos naturais do Vale do Lapedo. Neste módulo, o visitante poderá observar e compreender alguns aspectos da vida do abrigo durante as várias fases da pré-história já detectadas (30 mil a 20 mil anos antes do presente).
O conteúdo do Módulo 2 é dedicado ao espaço fúnebre da criança, focando a sepultura e morfologia do “Menino do Lapedo” e centrando-se na explicação do ritual fúnebre, bem como das características morfológicas do esqueleto que impulsionaram decisivamente a tese da miscigenação entre o homem de Neandertal e o homem anatomicamente moderno.
Estará ainda presente uma réplica à escala real do esqueleto e da sepultura do Menino do Lapedo, encerrando-se o circuito com a projecção de um vídeo acerca do sítio.
A organização deste evento é da responsabilidade da Câmara Municipal de Leiria e conta com o apoio do IGESPAR, ESTG/IPL, da Região de Turismo de Leiria Fátima e Junta de Freguesia de Santa Eufémia.

in página oficial da C. M. Leiria - ler texto

Carsoscópio - relato de uma visita

Do Blog Geopedrados publicamos o seguinte post:


No passado dia 28.12.2007 (6ª-feira) fui com o meu filho até ao Carsoscópio - Centro Ciência Viva do Alviela. Diversas pessoas tinham-me perguntado se valia a pena a visita e nada como ver in situ para confirmar expectativas. O meu filho adorou e eu também, mas há que fazer algumas ressalvas, críticas e comentários...

1. Edifício
Já meu conhecido de longa data, tem o Centro Ciência Viva, a recepção do Parque de Campismo e Centro de Alojamento e outras instalações. É excelente...

2. Geódromo
Quando me sentei em uma das 16 cadeiras (é pena que não sejam 25, o que facilitaria as visitas escolares...) demorou cerca de 20 minutos até as meninas conseguirem pôr a máquina a funcionar, talvez por não perceberem bem o software do programa. A plataforma onde estão as cadeiras é basculante (bastante basculante, ao ponto de eu finalmente perceber o que o Presidente da República tinha dito sobre este local...) e o filme é engraçado e bem feito, com boa revisão científica. Os putos adoram...


3. Climatógrafo
Não funcionou na minha visita, o que diz tudo. É uma pena que inaugurem uma estrutura destas e depois ou o material (software/hardware?) não trabalhe. Neste local deveria ter visto um filme 3D sobre os 180 km² da bacia de alimentação do Alviela que permite contemplar a passagem das estações do ano e as diferenças que estas imprimem no curso da água. No final pudemos ver um excelente modelo da circulação das águas no carso local (o meu filho comandou a máquina) com uma boa explicação do que são sumidouros, grutas, exsurgências, ressurgências e endocarso. Excelente, quando tudo funcionar...




4. Quiroptário
Este espaço funcionou em pleno. As crianças adoram entrar com capacete de espeleólogo e frontal aceso (o meu filho já está bastante habituado...). Os primeiros painéis são vistos na penumbra, as explicações são boas, os modelos engraçados e bem concebidos e há uma série de materiais experimentáveis (orelhas de morcego, ecolocalizador para fazer percurso sem recurso à visão, cálculo da quantidade alimentos que teríamos de ingerir diariamente se fossemos morcegos, etc.). Espaço muito agradável - muito bom...




Resumindo, quando tudo funcionar será um local excelente para visitas de estudo, complementadas com outras actividades no local (praia fluvial, desportos de natureza, percurso pedestre, entre outros, e mesmo do Algar do Pena, a poucos quilómetros). Esperemos é que tudo funcione, sempre e bem...


NOTA - Links para os posts anteriores sobre este assunto:

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Erupção vulcânica no Chile

Do Fórum de Meteorologia (com uma secção de Astronomia e Ciências da Terra e da Vida) e que recomendamos vivamente, publicamos alguns dados por eles coligidos:

Espectacular erupção do vulcão Llaima, um dos maiores e mais activos do Chile.

Os momentos iniciais da erupção foram registados por um vídeo amador:




A SIC tem no seu site também alguma informação e vídeo, em:
http://sic.sapo.pt/

Descrição

El Llaima es un volcán ubicado en la IX Región de La Araucanía, Chile. De forma cónica relativamente regular y simétrica, clasificado como estratovolcán, el Llaima tiene una altitud de 3.215 m. Se ubica en la zona precordillerana de La Frontera, a 72 km al noreste de la ciudad de Temuco, desde donde es visible.

El nombre proviene del idioma mapuche, aunque existe cierta discrepancia sobre su significado pues para algunos significa «desaguadero» o «zanja», en alusión a una gran grieta que apareció cerca del cráter en la erupción de 1873, o según otras traducciones, «venas de sangre» o «viudo». El Llaima es considerado como uno de los de mayor actividad del país y de América del Sur, con 23 eventos mayores de volcanismo durante el siglo XX, el último importante en 1994. El día 1 de enero de 2008 entró en erupción aproximadamente a las 18.00 local, siendo la primera erupción del siglo XXI.[2]

Forma parte del Parque Nacional Conguillío, que destaca por los sus bosques de araucarias, los cuales rodeadan los numerosos escoriales que circundan el cono volcánico. La belleza paisajística del Llaima ha contribuido a convertir la zona en un importante destino turístico. En su ladera oeste se encuentra el centro de esquí Los Paraguas.

in http://es.wikipedia.org/wiki/Llaima

Localização


View Larger Map

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Sismos no continente no último mês

Ocorreram os seguintes sismos, sentidos pelas populações (e logo com intensidade igual ou superior a II na escala de Mercalli Modificada) na região continental do nosso território nos últimos dias:


1. Algarve (a S de Lagoa) em 10 de Dezembro de 2007

Ocorreu em 10-12-2007 , às 17.25 horas, com magnitude 3,0 na escala de Richter e intensidade II (escala de Mercalli Modificada) em Portimão.


2. Alentejo (a SW de Mora) em 10 de Dezembro de 2007

Ocorreu em 10-12-2007 , às 22.47 horas, com magnitude 3,4 na escala de Richter e intensidade III (escala de Mercalli Modificada) em Mora.


3. Alentejo (a SE de Évora) em 17 de Dezembro de 2007

Ocorreu em 17-12-2007 , às 20.43 horas, com magnitude 2,1 na escala de Richter e intensidade II (escala de Mercalli Modificada) em Évora.


4. Alentejo (a E de Arraiolos) em 02 de Janeiro de 2008

Ocorreu em 02-01-2008 , às 08.53 horas, com magnitude 3,1 na escala de Richter e intensidade II (escala de Mercalli Modificada) em Arraiolos.

Fonte - IM

Petróleo a 100 dólares o barril!

O petróleo chegou aos cem dólares! E agora?
02.01.2008 - 18h38
Por Paulo Miguel Madeira

Atingida a barreira simbólica dos cem dólares por barril de petróleo (67,87 euros) no mercado de Nova Iorque, reagindo à fragilidade do valor do dólar, a expectativa dominante é de que os preços da principal fonte de energia da nossa civilização não recuem para níveis muito inferiores, como os menos de 50 dólares de há um ano. O preço de referência para Portugal é mais o do mercado de Londres, mas para efeitos práticos a diferença é mínima. Ontem, o barril de “Brent”, a designação dada ao do mar do Norte, bateu também um máximo absoluto, ultrapassando pela primeira vez os 97 dólares, tocando os 97,74 dólares (66,32 euros).

Os preços poderão mesmo disparar a prazo para valores muito superiores, devido a um conjunto de factores até há pouco tempo ausentes das preocupações imediatas de consumidores e decisores, que levaram a Agência Internacional de Energia a admitir num relatório recente a possibilidade de uma eventual ruptura no abastecimento ao mercado mundial. Mas como será a nossa vida com o petróleo muito mais caro?

Para já não há grande receio de uma escalada da inflação a curto prazo, pois o país tem estado parcialmente protegido da subida do “crude” pela alta continuada do euro face ao dólar, que tem batido sucessivos máximos face à moeda dos EUA e está perto dos 1,5 dólares. Os receios maiores entre os economistas ouvidos pelo PÚBLICO – em Novembro, quando o petróleo esteve acima de 99 dólares, na iminência de atingir os 100 – respeitam a uma penalização mais ou menos forte do crescimento, que em Portugal assume maior gravidade por o país estar há sete anos com a economia a expandir-se menos que a média dos seus parceiros europeus. A perspectiva é que a vida fique ainda um pouco mais difícil.

É pelo menos neste sentido que aponta a opinião de economistas como António Nogueira Leite, catedrático da Universidade Nova de Lisboa e secretário de Estado das Finanças de António Guterres, para quem “não é muito provável que a inflação dispare muito”, embora admita pressões inflacionistas. Mesmo assim, o efeito do elevado preço do petróleo sobre a inflação poderá levar o BCE a subir as taxas de juro, o que em Portugal faz aumentar as prestações que muitas famílias pagam todos os meses pelo crédito à habitação.

O impacto mais directo será no preço dos combustíveis, energia e transportes, conforme realça Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, que pesam próximo de 11 por cento no cálculo do índice do INE que permite medir a inflação, sendo certo que haverá sempre um efeito indirecto sobre a generalidade dos outros consumos, que incorporam também energia e transportes. E por isso Eduardo Catroga considera que o objectivo da inflação fixado pelo Governo para 2008 poderá ser difícil de alcançar.

Luís Mira Amaral, ex-ministro da Indústria e Energia de Cavaco Silva (de 1987 a 1995), diz que se o petróleo continuar a subir, mesmo num cenário em que o euro permaneça aos níveis actuais, isso “terá impactos na inflação”, mas realça que os portugueses devem preocupar-se é com o crescimento económico.

Isto porque, “se o dólar continuar a descer, a economia vai ser mais afectada em termos de exportações e crescimento do que de inflação”, diz ainda Mira Amaral, que tem formação em engenharia e em gestão e é catedrático convidado do Instituto Superior Técnico. A sua expectativa é de que a actual tendência deslizante do dólar continue até à eleição do novo Presidente dos EUA (no final do próximo ano) e que depois a moeda norte-americana estabilize face ao euro.

Isto num contexto em que o défice das trocas com o estrangeiro “já é preocupante”, como realça João Ferreira do Amaral, catedrático do ISEG e que foi assessor de Jorge Sampaio na Presidência da República.

Também para este economista, “as principais incidências negativas” da alta do petróleo serão sobre o crescimento económico, no que é acompanhado por Nogueira Leite, que receia mesmo que a estagnação da economia possa prolongar-se devido ao impacto dos preços da energia, prevendo “uma vida um pouco mais difícil do que no passado”. E manifesta-se mais preocupado com os resultados do crescimento a longo prazo do que a curto prazo, e com “a capacidade de a humanidade evoluir para ficar menos dependente do petróleo.

Para já também não são manifestados grandes receios quanto ao impacto desta escalada do preço sobre o Orçamento do Estado. João Ferreira do Amaral, Mira Amaral e Eduardo Catroga pensam que não deverá ter grande impacto. “A não ser que haja uma grande quebra do crescimento na Europa e em Portugal”, ressalva o primeiro.

Um novo contexto no mercado do petróleo

A grande razão para a tendência de fundo de subida do preço do petróleo é o crescimento continuado a taxas elevadas das economias da China e da Índia, que pressionam a subida da procura de um novo modo. Além disso, nos EUA, o crescimento de subúrbios habitados pela classe média-alta gerou novos picos de procura, apesar dos preços elevados. Mas para os preços do momento contribuem também outros factores, com destaque para uma forte componente especulativa e as tensões geopolíticas.

O “cocktail” de todos estes aspectos faz com que a perspectiva seja de manutenção de preços elevados, que tanto poderão recuar dez ou vinte dólares – mesmo assim permanecendo muito acima dos níveis de há um ano – como subir para 120 ou 150 dólares. O Presidente da Venezuela ameaçou mesmo, na última cimeira da OPEP, com uma subida do preço do petróleo para 200 dólares em retaliação contra um eventual ataque ao Irão.

A ideia de que o preço do petróleo se vai manter elevado é subscrita por todos os economistas ouvidos pelo PÚBLICO. Nogueira Leite considera “elevada” a probabilidade de alta do petróleo e diz mesmo que nos próximos anos o preço vai ser “elevado”. E justifica esta tendência com os consumos da China e da Índia.

João Ferreira do Amaral fala em “incerteza”, mas considera provável que o preço se mantenha elevado, “dadas as pressões sobre as reservas e a eventual evolução do dólar”. Considera mesmo que a moeda dos EUA “ainda está alta” atendendo ao défice externo do país.

Mira Amaral aposta por seu lado num preço médio de 90 a cem dólares, com subidas e descidas. “Isto não é ciência exacta”, ressalva, para dizer que “tudo é possível”, pois estamos a falar de cenários. Diz que a oferta está a aumentar e por isso não vê razões para daqui a um ano o petróleo estar a 150 dólares/barril, o que aliás “já iria gerar grandes tensões no mundo”.

Realça no entanto que tudo isto depende da evolução da relação euro/dólar, o que dificulta perspectivar a evolução do cenário para a economia portuguesa. E admite que os países exportadores se possam sentir tentados a cotar o petróleo em euros – o que foi também assunto levantado na última cimeira da OPEP, com o Presidente do Equador a mostrar-se favorável a que o petróleo fosse cotado numa divisa mais forte do que o dólar.

Mesmo com esta escalada, o choque causado pelo crescimento do consumo da China e da Índia, ajudado pela especulação, está a ter efeitos menos graves na economia do que o provocado pelos árabes com a cartelização dos preços na OPEP nos anos 1970. Isto porque o Ocidente está menos dependente do petróleo em termos relativos, e a dependência deverá continuar a diminuir.

Hábitos de consumo em causa

Mas a consequência aparentemente mais funda da alta do preço do petróleo deverá ser a aceleração da mudança de paradigma energético, para formas de energia alternativas mais limpas, com destaque para os transportes, que poderão passar dentro de algumas décadas a utilizar maciçamente fontes híbridas de energia, ou mesmo o hidrogénio.

Nogueira Leite e Mira Amaral são peremptórios: o hidrogénio vai acontecer, mas não sabemos exactamente quando. Nogueira Leite conta que há quem lhe fale em 20 anos, mas que os seus amigos na Galp lhe falam em 50 anos. O Departamento de Energia dos Estados Unidos tem mesmo em curso um programa para, em parceria com os grandes construtores automóveis do país, desenvolver veículos movidos com energia limpa e sustentável, para reduzir a dependência do país face ao petróleo importado.

Mas haverá também consequências importantes na produção de electricidade, embora ainda não seja claro como será o peso de cada uma das fontes. Estão no horizonte a eólica, volta-se a falar do nuclear e há a expectativa da fusão a frio, lembra Nogueira Leite.

Por outro lado é preciso fazer um investimento enorme na conservação energética nos escritórios e na habitação, dizem Mira Amaral e Nogueira Leite. Estará aqui “a mais importante fonte de poupança”. E quanto mais caro for o petróleo, mais compensa adaptar casas antigas ou investir nas novas construções para que tenham mais eficiência.

Assim, se a curto prazo é difícil reduzir drasticamente a dependência do petróleo, a longo prazo esse cenário afigura-se como certo.

João Ferreira do Amaral acha importante que as pessoas tenham a preocupação de poupar combustível, não só por causa dos preços, mas também por causa das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, que contribuem para o aquecimento global. “Olhando-se para as estradas, vê-se excesso de velocidade e os carros a entrarem na cidade só com uma pessoa.”

Defende a substituição do transporte individual pelo colectivo, mas diz que isso depende de o aumento do combustível ser suficiente para desincentivar as pessoas. Considera a opção pelo carro mais uma questão cultural do que de falta de transportes públicos e diz que o estacionamento na cidade é barato e não é disciplinado. No entanto, diz que “se o preço do petróleo se mantiver ao nível actual o impacto não será muito grande” neste domínio.

in Público - ler notícia

Espeleólogos descobrem novas espécies de animais troglóbios no mundo subterrâneo de Sesimbra

Do Blog do NECA (Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) publicamos, dando os parabéns aos descobridores, o seguinte post:


Sesimbra é conhecida pelas suas riquezas naturais, muito por “culpa” do seu mundo subterrâneo. As muitas cavidades existentes no concelho (grutas, algares e lapas) são reconhecidas a nível mundial pelo seu património geológico. No entanto começam agora a ter também renome devido ao seu património biológico. Com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra, a equipa de investigação do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul (NECA), contando com biólogos entre os seus membros, tem sido constantemente surpreendida pela descoberta de novas espécies de animais troglóbios. Estes animais não são mais que seres que apenas sobrevivem literalmente debaixo dos nossos pés, escondidos do mundo exterior e incapazes de sobreviver à superfície. Até agora a maioria das descobertas deu-se no Sistema do Frade, na Serra dos Pinheirinhos.

Descoberta há dois anos por mero acaso nas Grutas do Fumo, Utopia e Coelho, a mais pequena aranha europeia, com meio milímetro de comprimento, identificada como pertencendo ao género Anapistula, está a ser estudada por especialistas do Museu de História Natural da Dinamarca. Não só se trata de uma nova espécie para a ciência, nunca antes vista a nível mundial, como os critérios mundialmente aceites da União Internacional para a Conservação da Natureza a classificam como “criticamente em perigo de extinção”. Como curiosidade, esta espécie aparenta ser partenogénica, ou seja, não existem machos dando-se a reprodução através de clonagem das fêmeas. Ainda não se tem a certeza, mas pensa-se que esta espécie será descendente de alguma outra aranha que existisse à superfície quando autênticas florestas tropicais recobriam toda esta área, há milhares de anos. Com a vinda das grandes épocas glaciais, algumas destas pequenas aranhas podem-se ter refugiado no clima mais “temperado” das grutas e aí ficaram até hoje. Os seus parentes mais próximos conhecidos estão agora restritos à floresta tropical Africana.

Outra nova espécie, desta vez para o continente Europeu, é um pequeno diplópode (normalmente conhecido como maria-café ou centopeia) do género Lophoproctus. Estando a ser estudado por uma especialista do Museu de História Natural de Paris, trata-se possivelmente de uma espécie que até agora só era conhecida das Ilhas Baleares. Encontrado apenas na Gruta do Fumo, trata-se de mais um animal com as características típicas dos verdadeiros cavernícolas: corpo despigmentado, quase transparente pois no escuro os animais não precisam de disfarces ou qualquer tipo de coloração, apêndices e pêlos longos que substituem os olhos pouco ou nada desenvolvidos e frequentemente uma vida muito longa pois a pouca disponibilidade de alimentos nas grutas obrigam a um desenvolvimento muito lento destes seres.

Se em pouco tempo se atingiram estes resultados, quanto mais haverá por conhecer? Que outros seres desconhecidos ainda se escondem de todos nós aqui tão perto?

Texto: Pedro Cardoso (Biólogo)


Anapistula (0.5mm) Foto: Pedro Cardoso

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Embora hoje seja terça-feira...


...nada melhor do que começar o ano novo (antes que o estraguemos e passe a ano velho...) com Poesia:

PERENIDADE

Se eu não fosse poeta,
O dia de hoje seria apenas
Segunda feira.
Igual a tantos outros,
De trabalho, de pressa e de canseira
E apagado nas horas.
Assim foi singular.
Ocioso,
Moroso
E repousado,
E teve
A duração num verso demorado.
Dez sílabas que agora
O amanhecem
E anoitecem
No meu ouvido,
Depois de acontecido.

in Diário XV, Miguel Torga, 06-01-1989